AMNISTIA INTERNACIONAL DEBATE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL
Escrito por Paulo António Monteiro em Abril 16, 2018
Na Sexta-feira, 13 Abril, pelas 19h00, quase um mês depois do assassinato de Marielle Franco, vereadora e defensora de direitos humanos no Rio de Janeiro, os responsáveis pela Amnistia Internacional no Brasil, Jurema Werneck, diretora-executiva e Fernando Nabais da Furriela, presidente, estiveram no Museu das comunicações em Lisboa, para falar sobre a situação no Brasil, um dos países do mundo onde há mais assassinato de defensores e defensoras de direitos humanos.
Filipa Santos da AI Portugal salientou o quão dificil é defender os direitos humanos no Brasil:
O Brasil lidera ainda os países com maior número de assassinatos de jovens negros do sexo masculino, pessoas da comunidade LGBTI (lésbica, gay, bissexual, transgêneros e intersexual), grupos ligados à defesa da terra, população em geral e agentes da policia.
Os dirigentes da Amnistia Internacional do Brasil afirmaram que “a sua luta é por um mundo onde as pessoas se sintam bem no seu país. Passado um mês nada foi apurado acerca do assassinato de Marielle Franco, esta é a hora de mostrar indignação e exigir o apuramento dos fatos que levaram a este terrível ato”.
Jurema Werneck, revelou que Marielle nunca recebeu uma ameaça. Afirmou que a execução, traz a “mensagem de lembrar que os mandantes não aceitam a realidade de uma mulher negra, de origem humilde poder alguma vez sonhar alcançar um lugar de destaque na política do Brasil” e acrescentou “quiseram com este assassinato matar a esperança de milhares de desfavorecidos de sonharem com uma vida melhor”.
Os dirigentes da AI Brasil, revelaram ainda que no momento a seguir ao choque e à dor pela perca de Marielle gerou-se uma enorme onda de solidariedade. Técnicos de saúde mental ofereceram-se voluntariamente para a ajudar as associações a lidar com a perda. Especialistas de segurança estão a ensinar os dirigentes associativos a cuidar da sua própria segurança.
Há um grande esforço para explicar em linguagem popular o que são os direitos humanos num contexto de violência onde também os policias são vitimas.
Ouça parte das intervenções de:
Fernando Nabais da Furriela, presidente da Amnistia Internacional Brasil:
Jurema Werneck, diretora-executiva , Amnistia Internacional Brasil:
Celso Soares Rádio Cruzeiro: