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SITUAÇÃO COVID-19 EM PORTUGAL – NEM MILAGRE NEM DESASTRE

Escrito por em Junho 22, 2020

OPINIÃO
SITUAÇÃO COVID-19 EM PORTUGAL – NEM MILAGRE NEM DESASTRE
Por Augusto Costa
Muito se tem falado no caso português relativamente à pandemia que afecta o mundo.
Se é certo que não fomos nenhum milagre, seremos agora a “desgraça” onde alguns nos querem classificar?
 
No mês de Junho a situação do número de infectados não melhorou em Portugal ao contrário da generalidade dos outros países europeus. Mantivemos um número relativamente constante de novos infectados neste mês na ordem dos 300 por dia. Pessoalmente acho o resultado normal e lógico e até me admirei como não subiu! Não era de esperar um aumento depois do fim do “estado de emergência” a partir do 1º Maio????
 
O que não se percebe é como é que o desconfinamento progressivo baixou o nº de infectados nos outros países. Estranho, ou algo que falta explicar!
 
Em Espanha houve mesmo um milagre. As suas estatísticas oficiais mostram que o número total de mortos desde o início da pandemia baixou: 
  • Havia 28 752 mortos por Covid19 em 24 de Maio 
  • Ontem (18.06) o total era de 27 137. Portanto, houve um fenómeno de ressurreição de 1615 pessoas durante este período, o que coloca a ressurreição de Cristo como fenómeno trivial!
  • Como este exemplo mostra – há quem manipule ou corrija os números à vontade sabe-se lá com que intuito. O caso da Grécia pode ser paradigmático (—> ver abaixo).
 
Mas vamos aos números oficiais (de infectados e de mortos) durante o mês de Junho para alguns países europeus e depois a comparação com os dois países mais infectados da América:
 
Efectivamente Portugal ocupa uma das piores posições de entre os países escolhidos – e só foram escolhidos estes porque a informação teve de ser calculada manualmente não se encontrando directamente no site:
Portugal teve uma média diária de 30 infectados diários por milhão de habitantes – valor muito acima do R Unido, da Espanha e da Itália, que foram em tempos os principais focos da pandemia. Por essa razão alguns países emitiram instruções para não deixar entrar os portugueses nas suas fronteiras. Estamos contudo longe de uma situação descontrolada aparentemente:
  • Primeiro, porque o número de infectados se tem mantido constante – logo sem crescimento exponencial.
  • Depois, porque seguimos um modelo próximo do da Suécia – que teve mais do triplo de infecções no período por milhão de habitantes –  os resultados não espantam. O que espanta é como é que os outros países não aumentaram os número de infectados com o desconfinamento. O que se passará?
O que podem fazer as autoridades para evitar as infecções? Confinarem tudo outro vez? Serem mais pró-activas nos abusos? (Talvez) Não deixa de ser um facto que o número de infecções depende dos comportamentos das populações não sendo por acaso que os surtos em Portugal surjam em bairros pobres; zonas industriais e zonas de emigrantes ilegais. Este fenómeno começa a ser constatado noutros países (nomeadamente na Alemanha – com 600 infectados num matadouro). Desde que se teste, encontram~se infectados. !!!! Se não se testar – não há! (Oficialmente)!
Por outro lado, em número de mortos continuamos numa posição muito favorável com menos mortos por milhão de habitantes que a generalidade dos países europeus mesmo durante o mês de Junho… 
Quem quiser analisar os dados desde o início da pandemia tem os seguintes quadros para se entreter (valores por milhão de habitantes):
Infectados– desde o início da pandemia:
Não se percebe o caso da Grécia. Porque é que a infecção praticamente não chegou lá? 
Mortos – desde o início da pandemia:

Testes– desde o início da pandemia:

 

 
A Grécia e a França são dos países que menos testaram na Europa. Será isto que explica o caso de “sucesso” Grego? Se eles aldrabaram as estatísticas da dívida pública antes do resgate porque não poderão estar também a aldrabar as estatísticas da doença? Só no fim se verá! Por enquanto é uma guerra político informativa sem quartel por causa da retoma do sector turístico tão duramente afectado pela pandemia!
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