Segue a Bom Ritmo a Campanha de Rasteio Acústico da Sardinha e Biqueirão

CAMPANHA RASTREIO DE SARDINHA (2ª FASE)

Pelago22 Campanha de rasteio acústico da sardinha e biqueirão

Lisboa, IPMA, 22 Março 2022 – Segue a bom ritmo na costa ocidental portuguesa a segunda parte da campanha de rasteio acústico da sardinha e biqueirão – PELAGO22.

A PELAGO é uma campanha que se realiza anualmente na primavera, na plataforma continental portuguesa e no Golfo de Cádis, para determinar a abundância e distribuição espacial dos peixes pelágicos costeiros com vista à avaliação do seu estado e análise de fatores ambientais que afetam a sua sobrevivência.

Devido a problemas técnicos detetados no NI Miguel Oliver na zona de Cádis e no Algarve, equipa e equipamentos foram transferidos para o NI Vizconde de Eza, navio oceanográfico também pertencente à Secretaria Geral das Pescas de Espanha.

Até 31 de Março, será amostrada a costa ocidental portuguesa, seguindo-se a campanha homóloga espanhola, PELACUS, que realiza o rastreio acústico na Galiza e Cantábrico, cobrindo assim as duas campanhas, todo o stock ibérico da sardinha e o stock sul do biqueirão.

A bordo do NI Vizconde de Eza, a equipa multidisciplinar do IPMA, trabalha de sol a sol na observação dos ecogramas da sonda acústica e na decisão dos locais para a pesca pelágica e de cerco; na recolha de informação da composição de espécies e de dados biológicos em cada pesca; e na amostragem de ovos e larvas de peixe. Ao anoitecer inicia-se a amostragem com redes de plâncton e a caracterização da estrutura termohalina da coluna de água. Na ponte do navio, os técnicos da Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) e do Centro de Ciências do Mar (CCMAR) da Universidade do Algarve fazem o censo dos predadores de topo. Observam em particular os alcatrazes e golfinhos, espécies abundantes que se alimentam predominantemente de pequenos peixes pelágicos.

A embarcação da pesca do cerco “Deus Não Falta” reiniciou na zona de Setúbal os trabalhos de acompanhamento da PELAGO, fazendo lances para a identificação dos cardumes quantificados por rastreio acústico pelos cientistas, em particular nas zonas mais costeiras de difícil acesso para o navio oceanográfico. A bordo da traineira uma observadora do IPMA regista as capturas, a proporção das espécies e a composição de tamanhos de cada espécie. Ao fim do dia a traineira entrega amostras no navio onde posteriormente se realiza a recolha de informação biológica mais detalhada.

As campanhas PELAGO fazem parte do Programa Nacional de Amostragem Biológica (PNAB), coordenado pelo IPMA, com financiamento  do MAR2020. Os resultados são analisados internacionalmente no âmbito do Conselho Internacional para a Exploração do Mar (ICES) e contribuem para fundamentar as medidas a adotar pelos órgãos de gestão sobre as capturas admissíveis de sardinha e biqueirão. A informação recolhida contribui ainda para o conhecimento da dinâmica das populações de peixes pelágicos e suas relações tróficas visando potenciar a sustentabilidade da pesca do cerco numa perspectiva multiespecífica e ecossistémica (projeto Sardinha2020).

Pode encontrar mais informação sobre as campanhas PELAGO no link abaixo (Relatórios de Campanha).

Durante esta campanha foi lançado ao mar ao largo de Sagres o barquinho “Tuga da costa Azul” numa colaboração com o projeto IFADO https://www.facebook.com/AAiFADO/posts/16623077453833