PONTE 25 DE ABRIL FAZ 55 ANOS

Desde as últimas décadas do Século XIX que se idealizou a construção de uma ponte sobre o Rio Tejo em frente de Lisboa, de forma a melhorar as ligações entre a cidade e a margem Sul.

A primeira grande proposta foi feita em 1876 pelo engenheiro Miguel Pais, tendo sido a que despertou mais atenção durante cerca de seis décadas.  De acordo com esse plano, a ponte ligaria a zona dos Grilos, em Lisboa, ao Montijo, seguindo depois a linha até ao Pinhal Novo, onde já existia um importante nó ferroviário. 

No inicio da década de 1950, um dos maiores defensores da construção da ponte sobre o Tejo  foi o deputado Pinho Brandão, que na sessão de 28 de Outubro de 1952 da Assembleia Nacional, sugeriu que aquela obra fosse adjudicada como parte das comemorações dos vinte de cinco anos do governo de Oliveira Salazar.

Em 1957  o Ministro das Obras Públicas, Eduardo de Arantes e Oliveira, inseriu a construção da ponte no II Plano de Fomento, em 2 de Maio de 1958 foi formado o Gabinete da Ponte sobre o Tejo, dirigido por José do Canto Moniz. Finalmente convenceram Salazar que relutantemente autorizou a obra.

O concurso público internacional iniciou-se em 27 de Abril de 1959, e em 3 de Março de 1960 foram abertas as propostas, tendo quatro empresas concorrido para esta obra. Em 25 de Fevereiro de 1961 foi assinado o contrato com a empresa United States Steel Export Company, no valor de 1 764 190 contos, estipulando a conclusão das obras até 1966. A empresa apresentou o plano definitivo para a ponte em 3 de Novembro desse ano, que foi aprovado em 9 de Maio de 1962, levando desta forma à adjudicação definitiva para a obra, que seguiria o modelo da Golden Gate em S. Francisco na California.

As obras tiveram inicio em 5 de Novembro de 1962, tendo prevista a sua conclusão em 5 de Fevereiro de 1967. No entanto, a ponte foi inaugurada cerca de seis meses antes deste prazo, em 6 de Agosto de 1966, recebendo a denominação de Ponte Salazar, mas, curiosamente o chefe do governo nunca gostou da ideia de uma ponte entre Almada e Lisboa, daí os sucessivos atrasos para a adjudicação da obra. O seu custo foi à volta de dois milhões e duzentos mil contos, o que corresponderia hoje a cerca de 11 milhões de Euros.

Após o 25 de Abril de 1974, a Ponte Salazar, conservou o seu nome durante mais de cinco meses. Foi mudado para Ponte 25 de Abril na sequência do da tentativa de golpe de 28 de Setembro, por iniciativa do coronel João Varela Gomes, que foi nomeado, para presidir às primeiras comemorações em liberdade da revolução republicana de 5 de Outubro de 1910.

Em Janeiro de 2003, foi provisoriamente inaugurado o lanço entre Coina e Pinhal Novo, estabelecendo-se a ligação entre as margens Norte e Sul do Tejo por caminho de ferro, através da Ponte 25 de Abril. Hoje diariamente aponte é atravessada por cerca de 150 comboios.