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INAUGURADA EXPOSIÇÃO EVOCATIVA DO MAIO DE 68

Escrito por em Maio 17, 2018

Daniel Cohn-Bendit (viria a ser deputado no parlamento europeu),em manifestação de Maio de 68 em Paris

A exposição, Maio de 68: do poético ao político, organizada pela Associação de Estudos Comunicação e Jornalismo, foi inaugurada ontem, pelas 18 horas, nas instalações do Espaço M, da Associação Mutualista Montepio, no nº 5 da Rua Castilho em Lisboa.

Numa sessão bastante participada (onde notamos a presença de destacadas figuras da história do jornalismo português), os presentes foram recebidos  pelo Prof. Doutor José Rebelo, presidente da AECJ, que proporcionou uma visita detalhada à exposição.

Numa viagem pelo tempo, José Rebelo foi explicando cronologicamente o decorrer dos acontecimentos desde a génese do movimento e detalhou a importância histórica de cada peça exposta.

Ouça aqui as declarações do Presidente da Associação de Estudos Comunicação e Jornalismo, sobre a importância histórica do movimento de Maio de 1968:

 

“A exposição Maio de 68: do poético ao político, patente no espaço Atmosfera M, restitui-nos documentos pessoais deixados à guarda do Comité Révolutionnaire d´Agitation Culturelle, instalado na Sorbonne, por parte de quem julgou ter chegado o momento de desafiar o interdito (poemas de gente anónima, recibos de doações para trabalhadores em greve como o de Marguerite Duras). Restitui-nos a utopia que encheu paredes (slogans e cartazes, nomeadamente os produzidos no atelier popular da Escola de Belas Artes).

Restitui-nos o traço jocoso e, por vezes, displicente de cartoonistas como Wolinski, que viria a morrer em Janeiro de 2015 no ataque terrorista a jornal Charlie Hebdo, aos quais nada escapa. Nem o nariz de De Gaulle. Nem a “croix de Loraine” Nem, tão pouco, a bandeira tricolor. Restitui-nos a violência das cargas policiais e a destruição nas ruas através de fotografias e de capas de jornais que atapetaram as bancas, se venderam por comités criados para o efeito, ou se distribuíram gratuitamente: Action, autêntico porta-voz do movimento estudantil e L´enragé, talvez a mais audaz de todas as publicações então existentes; Rouge e Lutte Ouvriére, de inspiração trotskista; La Cause du Peuple e Ligne Rouge, que se reclamam do maioismo; Le Monde Libertaire, L´Insurgé e Action Directe, anarquistas.

No espaço expositivo do Atmosfera M os visitantantes podem ver ainda fragmentos de dois filmes; Mai 68, un étrange printemps, que tem a particularidade de não circular no circuito comercial por falta de apoios e que ao longo de três horas nos dá testemunhos indispensáveis para uma compreensão da história contemporânea. O outro filme, Mai 68, il y a 25 ans, relata a história que começa em 22 de Março, quando os estudantes se manifestam na Universidade de Naterre e termina em Junho, quando os operários decidem, pelo voto, regressar ao trabalho.

Estão também disponíveis gravações áudio contendo, em particular, excertos do célebre debate com Jean Paul Sartre, no Grande Anfiteatro da Sorbonne, e uma intervenção  de Herbert Marcuse comparando a situação política e social em França e nos Estados Unidos da América.

A exposição encerra com reproduções de algumas primeiras páginas dos jornais portugueses Diário de Lisboa e Diário de notícias”

Uma exposição a não perder, pode ser visitada gratuitamente até 8 de Junho, de segunda a sexta feira, das 9 ás 19:00 horas e aos fins de semana das 9 ás 17.00 horas.