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ACONTECEU A 29 DE JUNHO NO ANO …

Escrito por em Junho 29, 2020

ACONTECEU A 29 DE JUNHO NO ANO …

1888 – O cirurgião Frederick Treves realizou a 1.ª operação ao apêndice.

1926 – Foram concedidas as honras de chefe de estado ao general Manuel de Oliveira Gomes da Costa, líder do golpe do 28 de maio, foi demitido poucos dias depois, desterrado para os Açores e sucedeu–lhe o general Óscar Carmona.

1928 – Morreu de cancro pulmonar em Coimbra, Álvaro Xavier de Castro. Oficial do exército. Jurista. Frequenta a faculdade de direito de Coimbra de 1903 a 1908 e conclui o curso da velha Escola Colonial em 1911. Filho de José de Castro, grão-mestre adjunto da maçonaria e presidente do ministério. Líder da Jovem Turquia. Membro da junta que derrubou Pimenta de Castro.

Foi várias vezes ministro. Ministro da justiça do governo de Afonso Costa, de 9 de Janeiro de 1913 a 9 de Fevereiro de 1914.

Ministro das finanças  de Vítor Hugo Azevedo Coutinho, de 12 de Dezembro de 1914 a 24 de Janeiro de 1915. Governador de Moçambique de 1915 a 1918. Ministro das colónias no governo de Sá Cardoso, de 3 a 21 de Janeiro de 1920.

Presidente do ministério e ministro do interior de 20 a 30 de Novembro de 1920. Funda neste ano de 1920 o Núcleo de Acção de Reconstrução Nacional, uma dissidência a partir dos democráticos. Ministro da guerra de 30 de Novembro a 23 de Maio de 1921. Novamente Presidente do ministério de 18 de Dezembro de 1923 a 6 de Julho de 1924 (acumulou as colónias de 18 a 28 de Dezembro e as finanças de 28 de Dezembro de 1923 a 6 de Julho de 1924). Leader dos liberais, passou depois a chefe da Acção Republicana, em 1923, sempre em aliança com Alfredo Ernesto Sá Cardoso.

1933 – Criada pelo Estado Novo a Direção–Geral dos Serviços de Censura, na dependência do ministro do interior, instrumento fulcral para a política repressiva planeada.

1939 – Escavações ordenadas pelo Papa Pio XII pretendiam ter descoberto debaixo da Basílica de São Pedro, em Roma, o Santo Sepulcro, o que se revelou não ser verdadeiro.

1974 – Faleceu no Porto, José Maria Ferreira de Castro, por sua vontade, em 31/5/1975 foi trasladado para uma das encostas da serra de Sintra, em túmulo aberto, no acesso ao Castelo dos Mouros “desejaria ficar sepultado à beira duma dessas poéticas veredas que dão acesso ao Castelo dos Mouros, sob as árvores românticas que ali residem e tantas vezes contemplei com esta ideia no meu espírito. Fica perto dos homens, meus irmãos, e mais próximo da Lua e das estrelas, minhas amigas, tendo em frente a terra verde e o mar a perder de vista – o mar e a terra que tanto amei”.

2005 – Faleceu no lar de terceira idade com o seu nome, em Guimarães, Emídio Guerreiro, foi cremado em Lisboa. Criado no seio de família burguesa republicana, filho de pai militar, cedo aderiu aos ideais da República, tendo combatido, como voluntário, na Primeira Guerra Mundial. Em 1927 licenciou-se em Matemática, na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, onde foi aluno de Francisco Gomes Teixeira. Após o Golpe do 28 de Maio, em 1926, junta-se aos opositores da Ditadura Militar. Em 1928, no Porto, funda a loja maçónica A Comuna do Grande Oriente Lusitano Unido. Em 1931 é admitido como assistente extraordinário na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, mas acaba por ser afastado, por interferência da PVDE. Em 1932 é preso por escrever um texto contra o presidente Óscar Carmona, evadindo-se um ano depois.

Iniciou em 1932 um exílio de mais de 40 anos, primeiro em Espanha, onde serviu os rojos durante a Guerra Civil; depois em França, onde em plena Segunda Guerra Mundial, se juntou clandestinamente à resistência. Quando a Segunda Guerra termina, fica a lecionar Matemática no Lycée Janson-de-Sailly, em Paris, onde permanece até 1974.

Mantendo uma consistente atividade de oposição à ditadura, ajuda a fundar em 1967, na capital francesa, a Liga de Unidade e Acção Revolucionária, força de contornos revolucionários. No entanto, quando regressa a Portugal, logo após o 25 de abril, é no Partido Popular Democrático (atual PSD) que se filia. Dirigente deste partido, viria mesmo a ser eleito secretário-geral do PPD durante os meses do PREC, em 1975, numas eleições disputadas a Carlos Mota Pinto, e num período em que Francisco Sá Carneiro se afastara do partido, devido a uma doença grave.

Foi um dos principais aderentes da Liga de Unidade e Acção Revolucionária (LUAR).

Depois de ser eleito deputado à Assembleia Constituinte, afastou-se daquele partido em 1976, por desafinidade ideológica. Viria então a aderir ao Partido Renovador Democrático, no final da sua vida, confessava-se próximo do Partido Socialista. Entrevistado pelo jornal Expresso, por ocasião do seu centenário em 1999, elegeu a dignidade humana como o ideal que sempre norteou a sua vida. «Como não pode haver dignidade se não houver liberdade, naturalmente que eu lutei pela liberdade. Lutei contra todos os regimes prepotentes, lutei contra todas as ditaduras», foram as suas declarações.

A 30 de Junho de 1980 foi feito Comendador da Ordem da Liberdade e a 25 de Agosto de 1999 foi elevado a Grã-Cruz da mesma Ordem.

Faleceu no lar de terceira idade com o seu nome, na sua terra natal, com 105 anos de idade, ao fim de uma longa vida que atravessou os séculos XIX, o XX e XXI.