Ativistas acusam a REN de bloquear a transição energética
Escrito por Paulo António Monteiro em Junho 23, 2022
Activistas do Climáximo e do Scientist Rebellion concentraram-se na sede da REN em Lisboa
Lisboa 23 Junho 2022 – No âmbito da campanha Gás é Andar para Atrás, activistas pela justiça climática concentraram-se hoje à tarde na entrada da sede da REN – Redes Energéticas Nacionais, em Lisboa, num protesto performativo onde, ao ritmo da canção Bella Ciao, denunciaram os planos de expansão fóssil da REN.
Os manifestantes usaram mascarás de gás e seguraram faixas onde se podia ler “Gás fóssil bloqueia transição”. Atualmente, a REN apresenta planos para a expansão do Terminal de Gás Liquefeito (GNL) em Sines e a construção de novos gasodutos em Portugal. As ativistas alertam que é preciso 10% de corte nas emissões todos os anos e que os planos da REN avançam no sentido contrário. Alertam ainda que o que está a acontecer é uma expansão energética e não uma transição.
Mariana Rodrigues, uma das pessoas que participou nesta ação, afirma que «estamos a ficar reféns de negócios caros e de longo prazo que nos aprisionam a infraestruturas de combustíveis fósseis».
Continuar a importar gás fóssil é na opinião dos organizadores «um crime contra a humanidade» e defendem que «o corte do gás proveniente da Rússia deveria acelerar a transição para 100% energias renováveis».
Para o movimento a capacidade actual de importação, distribuição e tratamento de gás na Europa é superior à necessária e que, cerca de metade dos locais de extração de combustíveis fósseis existentes precisam de ser encerrados antecipadamente para que o aquecimento global seja limitado a 1,5º C.
A campanha Gás é Andar para Trás exige o cancelamento de todos os projetos de novas infraestruturas de gás, incluindo projetos de expansão do Terminal de GNL em Sines e construção de novos gasodutos.
Exige igualmente a substituição progressiva do gás fóssil em todos os sectores por fontes renováveis de energia, que se encontrem o mais próximas possível dos locais de consumo, de forma a reduzir os custos energéticos e garantir novos postos de trabalho dignos em todo o país.
As ativistas convocam um acampamento de ação, Acampamento 1.5, a ter lugar entre dias 6 e 10 de Julho, em Melides, Grândola, onde o público geral e vários coletivos vão discutir uma verdadeira transição justa e rápida e organizar ações a tomar.