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UM MOSTEIRO COM MUITO PARA REVELAR

Escrito por em Junho 1, 2021

Feliciana de Milão, uma monja à frente do seu tempo?

As vivências desta monja, que se encontra sepultada na Casa do Capítulo do Mosteiro de Odivelas.

Detentora de uma educação humanista e de uma cultura excecional, versada em História, Filosofia, Latim e Castelhano, Feliciana Maria de Milão ingressou em 1659 no Mosteiro de Odivelas com

Feliciana de Milão

uma idade algo tardia, 28 anos. Das suas origens pouco se sabe, uma vez que sempre insistiu em esconder a sua filiação. No exame para a passagem de noviça a monja professa, a 29 de maio de 1661, Feliciana respondeu de forma clara: “não está lembrada do nome se seus pais, não os conhece, não o sabe”. Informa, no entanto, que nasceu na freguesia de S. Paulo, em Lisboa. Faleceu em 1705, encontrando-se sepultada na Casa do Capítulo, do Mosteiro de Odivelas.

Durante a sua estadia no Mosteiro de Odivelas, Feliciana de Milão desempenhou os mais altos cargos, desde Prioresa (1688-1691) a Abadessa (1700-1703), e dedicou-se à escrita epistolar, de estilo “freirático” correspondendo-se com outras freiras e religiosos ou figuras da alta sociedade e da corte, onde se incluem os monarcas D. Afonso VI e D. Pedro II.

As razões que a levaram a recolher-se no Mosteiro de Odivelas ainda estão por desvendar, mas ponderam-se algumas hipóteses: talvez porque na época seiscentista não era socialmente aceite que uma mulher solteira vivesse sozinha e que pudesse sustentar uma casa, ou talvez porque tenha encontrado nos claustros liberdade para manifestar a sua arte da escrita e a sua personalidade independente, mordaz, culta e preconizadora de um pensamento com traços feministas.


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