TROPAS AO SERVIÇO DA RÚSSIA MASSACRAM POPULAÇÕES NA RETIRADA DA ZONA KIEV

Soldados ao serviço da Federação Russa dizimam civis na retirada dos arredores de Kiev e deixam um rasto de destruição e morte

Kiev 6 Abril 2022 – À medida que as forças militares da Ucrânia gradualmente retomam cidades e vilas a volta de Kiev e a imprensa internacional tem acesso à zona que foi ocupada pelas tropas da Federação Russa, estão a ser descobertos cadáveres de civis espalhados pelos passeios, abrigos e até dentro de residências. Um grande número desses cadáveres de civis estão com as mãos amarradas e apresentam sinais de terem sido torturados e executados com um tiro na nuca, noticiou a Deutsche-Welle.

Na cidade de Bucha, repórteres da agência de notícias francesa AFP contaram pelo menos 20 corpos apenas numa rua. “Todos foram executados”, comentou o presidente da Câmara, Anatoly Fedoruk, que revelou terem sido mortos 300 residentes num mês de ocupação russa, estando pelo menos 280 enterrados em valas comuns em vários pontos da cidade.

Jornalistas da Reuters viram mãos e pés de vítimas semienterradas numa vala aberta no terreno de uma igreja. Camaradas da Associated Press (AP) também registraram vítimas civis ao longo de uma estrada e no quintal de uma casa. “Eles estavam simplesmente a caminhar, e foram alvejados sem razão”, comentou um residente de Bucha, ao acusar as tropas russas em retirada dos homicídios indiscriminados.

Por todo mundo surgem reações de condenação dos massacres russos nas cidades e vilas à volta de Kiev.  A secretária de Estado britânica para Relações Exteriores, Liz Truss, declarou estar horrorizada com as atrocidades em Bucha e reforçou o apelo ao Tribunal Penal Internacional para investigar potenciais crimes de guerra na Ucrânia. Moscovo continua a negar estar a atingir civis e todas as alegações de crimes de guerra.

As autoridades ucranianas informaram este sábado, que o exército do país já liberou mais de 30 cidades, vilas e aldeias à volta de Kiev, tendo assumido o completo controle sobre a região, pela primeira vez desde que o presidente russo Vladimir Putin ordenou a invasão cinco semanas atrás.

Numa mensagem de vídeo, Volodimir Zelenski, dá conta que todo território foi deixado armadilhado pelas tropas ao serviço da Rússia: “Estão minadas, as casas, os equipamentos, até mesmo os cadáveres das vítimas, numa clara tentativa de deixar para trás uma situação catastrófica”, afirmou o presidente da Ucrânia.

O serviço de emergência ucraniano afirma ter encontrado, em apenas um dia, mais de 1.500 explosivos na localidade de Dmytrivka, a oeste de Kiev.