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PORQUE SE ASSINALA O DIA DO TRABALHADOR A UM DE MAIO!

Escrito por em Maio 1, 2020

Se, nos dias de hoje, não é obrigado a trabalhar diariamente 16 horas isso deve-se a um evento dos finais de séc. XIX. Tudo começou em 1884, com a decisão do congresso dos sindicatos dos Estados Unidos iniciar uma campanha pela redução da jornada de trabalho. Os sindicalistas, pretendiam reduzir a jornada de 16 horas (alguns casos mais) para as 8 horas de trabalho diário num prazo de dois anos. Em 1 de maio de 1886, decretaram uma greve geral que envolveu cerca de 340.000 trabalhadores em todo o país.

Em Chicago, no dia 3 de Maio, 1886, manifestação dos grevistas da fábrica McCormick.

Em Chicago, no dia 3 de Maio, desse mesmo ano, durante uma manifestação os grevistas da fábrica McCormick entram em confronto com os indivíduos contratados pela empresa para furar a greve. São recebidos pela Polícia e por uma força de detectives privados, da agência Pinkerton, armados com espingardas. O confronto provocou a morte a três trabalhadores.

No dia seguinte, realiza-se uma marcha de protesto e, à noite, após a multidão se dispersar na Haymarket Square, restavam cerca de 200 manifestantes e o mesmo número de polícias, quando uma bomba explodiu perto da força policial, matando um dos agentes. Sete outros foram mortos no confronto que se seguiu.

Em consequência desses eventos, foram levados a julgamento os líderes do movimento sindical, August Spies, Sam Fieldem, Oscar Neeb, Adolph Fischer, Michel Shwab, Louis Lingg e Georg Engel. Com provas e testemunhas inventadas, o tribunal condenou Parsons, Engel, Fischer, Lingg e Spies à morte por enforcamento; Fieldem e Schwab, a prisão perpétua e Neeb a quinze anos de prisão.

 

Louis Lingg cometeu suicídio na prisão. Os restantes quatro condenados â morte foram enforcados em 11 de Novembro de 1887, dia que ficou conhecido como Black Friday. Mas, em 1893 todos foram inocentados e reabilitados pelo governador de Illinois que, confirmou ter sido o chefe da polícia quem organizara tudo, inclusive tinha encomendando o atentado para justificar a repressão que viria a seguir.

 

No dia 20 de Junho de 1889, a segunda Internacional Socialista, reunida em Paris, decidiu convocar anualmente uma manifestação com o objetivo de lutar pela jornada de 8 horas de trabalho. A data escolhida foi o primeiro dia de Maio, como homenagem às lutas sindicais de Chicago.

Em 1º de maio de 1891, uma manifestação no norte de França foi dispersada pela polícia, resultando na morte de dez manifestantes.

Esse novo drama reforçou o significado da data como um dia de luta dos trabalhadores. Meses depois, a Internacional Socialista em Bruxelas proclamou a data como dia internacional de reivindicação de melhores condições laborais.

Em 23 de Abril de 1919, o Senado francês, ratificou a jornada de 8 horas e proclamou feriado o dia 1º de Maio daquele ano. Em 1920, a então União Soviética adotou o 1º de Maio como feriado nacional, tendo sido seguida por outros países. Atualmente, em quase todo o mundo, o primeiro dia do mês de Maio é celebrado como o dia do trabalhador.

Curiosamente, até hoje, o governo dos Estados Unidos não reconhece o primeiro dia de Maio como o Dia do Trabalhador. O dia do trabalho, “Labor day”, é anualmente celebrado na primeira semana de Setembro. Mas em 1890, a luta dos trabalhadores norte-americanos fez com que o Congresso aprovasse a redução da jornada de trabalho, de 16 horas para 8 horas diárias.

Depois da sua morte, os mártires alcançaram grande projeção internacional, formando parte do imaginário político operário, e transformando-se num referencial para muitos trabalhadores no mundo ocidental.

Em Portugal, ficou na história a celebração do primeiro 1º de Maio celebrado em liberdade após o 25 de Abril de 1974.

Neste dia, não nos esqueçamos dos mártires de Chicago, nem de todos aqueles, muitos com o sacrifício das suas próprias vidas, tronaram possível o avanço das nossas sociedades tornando-as mais justas e equilibradas num constante esforço pelo bem comum e pela busca da felicidade!

Veja aqui um video da Videoteca municipal e da CGTP sobre a história do movimento sindical em Portugal: