PAN Quer Urgente Renaturalização da Serra da Estrela
Escrito por Paulo António Monteiro em Agosto 16, 2022
PAN quer interdição da caça nas zonas ardidas
Lisboa, 12 de agosto de 2022: Perante o drama que assola o Parque Natural da Serra da Estrela, que conta já com mais de 14.000 hectares ardidos, o PAN acompanha com preocupação esta tragédia e quer o Governo avance com um projeto urgente para proceder à contenção dos solos nas zonas ardidas além de desenvolver um projeto para a renaturalização da flora em toda a zona ardida e a interdição imediata da caça no Parque Natural para permitir a recuperação das espécies de fauna em toda a área que constitui um refúgio de vida selvagem e habitat de formações vegetais endémicas.
Neste sentido o PAN apresenta um Projeto de Resolução na Assembleia da República como forma de contribuir para uma resposta eficaz a este flagelo que estamos a viver.
Segundo o PAN além do combate às chamas, de forma organizada e mobilização adequada de meios para impedir o alastrar do incêndio e o seu controlo, é fundamental começar a pensar num plano urgente com medidas de gestão de emergência para conter a erosão e travar o arrastamento de terras nas zonas mais sensíveis, antes
O Parque Natural já tinha ardido entre 2017 e 2021 e a Associação Amigos da Serra da Estrela já tinha alertado para o facto desta zona não ter sido renaturalizada com floresta autóctone, pelo que é altura de olhar com maior seriedade para este problema repensando os planos de prevenção e promovendo uma renaturalização que tenha em conta a natureza com um todo, garantindo o respeito pelo ciclo da água e a plantação de espécies como carvalhos, azinheiras ou freixos e plantas arbustivas, que promovam barreiras verdes contra a propagação de incêndios.
O PAN insiste na necessidade de um plano eficaz que tenha em conta as especificidades de cada região do país, avalie os problemas de cada região, ouça a comunidade científica, as ONG’s e as comunidades locais para avançar com um plano ambicioso de adaptação à nova realidade em função da seca severa e aumento das temperaturas que se vai agravar nos próximos anos.
Conforme salienta a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real, “a preservação de Parques Naturais, a parte do reordenamento florestal, tem de ser uma prioridade para o Estado, em parceria com as autarquias locais, organizações não governamentais do ambiente e proprietários, que devem ser envolvidos e recompensamos pelos serviços de ecossistemas. Cuidar da floresta é cuidar do Planeta, da sua biodiversidade e do nosso próprio bem-estar.”
Não sendo os impactos dos incêndios exclusivos de áreas protegidas, o PAN relembra ainda que, tendo em conta que grande parte da nossa floresta é destinada à produção de eucalipto e pinheiro bravo em grande escala, é necessário que as empresas que exploram estas espécies sejam envolvidas neste plano, exigindo compensações pelos impactos negativos na biodiversidade, nos recursos naturais e na qualidade de vida das populações.
Por último, o PAN salienta os esforços das corporações de Bombeiros para conter o incêndio e salvar o que resta do Parque Natural.