PAN Defende Alterações ao Regimento da Assembleia da República
Escrito por Paulo António Monteiro em Fevereiro 9, 2022
PAN defende alterações ao Regimento da Assembleia
da República para maior participação democráticaLisboa, 7 de Fevereiro de 2022 – No início da próxima legislatura, o PAN – Pessoas-Animais-Natureza vai apresentar uma proposta de alteração ao Regimento da Assembleia da República no que respeita à reintrodução dos debates quinzenais e o reforço dos direitos dos Deputados Únicos Representantes de um Partido (DURP).
O Pan quer com com as alterações que propõe garantir um funcionamento mais democrático e transparente do Parlamento, que possibilite um maior escrutínio da ação do Governo (especialmente necessário num contexto de maioria absoluta) e quer garantir que a voz das forças políticas não é silenciada à boleia de um princípio da representatividade.
“Será já na próxima conferência de líderes que levaremos estes temas, pois no nosso entender não pode ser a realidade política do país a adaptar-se às regras de funcionamento, mas o parlamento à pluralidade de forças que estão representadas, sob pena de se continuar a silenciar e dificultar o trabalho de forças políticas democraticamente eleitas, não garantido sequer o exercício do direito de oposição em condições de igualdade o”, afirma a porta-voz do PAN, Inês de Sousa Real.
Assim, o Pan defende que;
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«A reintrodução dos debates quinzenais, uma figura que surgiu em 2007 num contexto de maioria absoluta, e que, segundo mencionado pelo PS, só foi afastada do Regimento em 2020 por proposta e exigência do PSD. Atendendo às razões que justificaram a eliminação desta figura do Regimento, ao papel que o próprio PS tem na história desta figura e ao novo contexto político que vivemos, pensamos que estão reunidas as condições para a sua reintrodução nesta nova legislatura. De resto, é premente fazê-lo a bem de uma democracia saudável e para um Governo devidamente escrutinado.
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O reforço dos direitos dos Deputados Únicos Representantes de um Partido (DURP), em linha do que sempre defendemos nas duas anteriores legislaturas, por via:
1) Da sua inclusão na composição da conferência de líderes, para assegurar que podem ter uma participação na definição dos aspetos estruturais da vida e funcionamento da Assembleia da República;
2) Do reforço do seu direito de agendamento potestativo, que não pode ser de apenas de 1 iniciativa por legislatura, mas que devem antes ser dada a mesma possibilidade de agendamento que é dada às restantes forças políticas;
3) Do reforço dos seus direitos no âmbito das declarações políticas, garantindo a igualdade quanto aos Grupos Parlamentares no que toca ao número de declarações políticas passíveis de serem feitas e a possibilidade de, tal como os grupos parlamentares, poderem interpelar as outras forças políticas quando realizem declarações políticas. Estas alterações visam assegurar um maior equilíbrio dos DURP com os grupos parlamentares e que a vontade e o programa de uma parte significativa do eleitorado não seja silenciada nos trabalhos parlamentares.»
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O Pan defende ainda o reforço da transparência do funcionamento do Parlamento, por via:
«1) Da restrição significativa da possibilidade de realização de reuniões de comissões parlamentares à porta fechada, prevista no artigo 110.º do Regimento, visto que tal possibilidade poderá legitimar casos opacidade que alimentam o descrédito do Parlamento perante a sociedade civil, como vimos diversas vezes ocorrer no âmbito do funcionamento da Comissão da Transparência;
2) Da divulgação pública na página individual de cada deputado dos sentido de voto individualizados adotados relativamente às iniciativas votadas em plenário, por forma a que cada cidadão possa saber como votou o deputado por si eleito em cada uma das questões levadas a plenário, tal como o projeto hemiciclo possibilitou durante a XIII Legislatura.
Por outro lado, acrescenta Inês de Sousa Real, “não queremos um Parlamento que vira as costas aos desafios do século XXI, como sendo o combate à crise climática ou a necessidade de reforçar o caminho feito em matéria de direitos humanos”. O PAN vai assim apresentar duas propostas adicionais: primeiro, e, seguindo o espírito da Lei de Bases do Clima (recentemente aprovada), vamos assegurar que todas as iniciativas na Assembleia da República (projetos de lei dos partidos e propostas de lei do Governo) são sujeitas a uma avaliação de impacte ambiental, à semelhança do que já acontece para o impacto de género. Segundo, e em defesa dos direitos humanos e dos valores democráticos, vai propor que seja impedida a existência de grupos parlamentares de amizade com países que não tenham parlamentos plurais livremente eleitos, uma vez que a falta desse impedimento tem levado a que existam grupos de amizade com países ditatoriais como Cuba ou a China, que acabam por trazer um branqueamento de práticas antidemocráticas e atentatórias dos direitos humanos nesses países por parte do parlamento português, que o PAN não pode tolerar e às quais sempre se opôs».