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Opinião Cruzeiro: Porque os Haveríamos de Escolher?

Escrito por em Julho 24, 2019

 

Na passada semana tive oportunidade de reflectir com o auditório da Rádio Cruzeiro sobre os motivos e como escolher os nossos representantes nas eleições em geral e nas Legislativas agendadas para o próximo dia 6 de Outubro, em particular.

 

É certo que análise que fizemos quase em exclusivo se debruçou sobre as propostas que cada um apresenta e o seu lado racional. Todavia, cada vez mais percebemos que o Homem além de racional também é um ser emocional e esta condição não é nem menor, nem maior do que a primeira. Se o elemento racional nos ajuda a estruturar, dogmatizar, teorizar e a postular, o elemento emocional ajuda-nos a complementar o nosso conhecimento com um conjunto de inputs, sinais e evidências nem sempre fáceis de racionalizar.

 

Ora esses sinais amiúde nos advêm pela observação, pela sensação causada por determinado evento ou personagem, podendo-se afirmar que nos chegam pelas diversas vias de comunicação.

 

Quando somos nós os comunicadores, devemos ter isto bem presente para que não haja lugar a erróneas interpretações, pelo que a comunicação é algo que devemos cuidar, quer seja na forma, quer seja no conteúdo, seja perante os nossos directos interlocutores, seja ainda perante aqueles que passivamente nela participam.

 

Aqui chegados, sabendo que grande parte dos actores políticos já anda nestas lides há muitos anos pergunto-me se não ponderam sobre as figuras, sobre as afirmações, sobre as estéreis discussões e sobre a falta de sentido de estar e de ser com que nos presenteiam vezes a mais.

 

É facto que quando não se tem arcaboiço para dar resposta aos nossos interlocutores alguns falam de outros temas, outros fazem-se desentendidos e ainda há os que se dedicam ao ultraje.

 

Quando o diálogo entre oponentes políticos deriva na troca de insultos, há um esforço que deveria ser feito. Os políticos contundentes com recurso à infâmia, à brejeirice, ao insulto deveriam ponderar sobre o que estarão os eleitores a pensar dessas prestações. Naturalmente que ninguém deseja para seu líder pessoas que demonstram inadequação comportamental, pelo que seria bom que antes de se insultarem pensassem nisto. É que depois até poderão ter grandes programas, ser grandes executantes, mas chumbaram no filtro do saber estar. Pior, deveriam ponderar ainda que cada vez que fazem má figura, contaminam a imagem de toda a classe onde se inserem.

 

Recentemente alguns dos autarcas de Odivelas introduziram no seu discurso vocábulos como “ruído” e “poluição” para falar sobre o direito à intervenção política e à prestação de informação, que eles não prestam, feita por parte de cidadãos. Não contentes ainda se julgarão o topo do mundo quando se distratam com epítetos como “louca”. O que querem que pensemos de vós? Sereis sãos? Será que interiorizastes os valores mínimos da democracia e da ética republicana? O que vos leva a comportamentos de arruaça? O desespero…? A incompetência? A incapacidade de lidar com o contraditório? Repito: O que querem que pensemos de vós, depois destes mimos?

 

Andam os cidadãos a instigar os outros cidadãos a participar na vida política, a votarem, a contribuírem com ideias e acções e os senhores servem-nos este prato tão azedo que serve e de que maneira para justificar a abstenção. Sim, são atitudes como estas que afastam os cidadãos do processo político.

 

Procurarei estar convosco daqui a uma semana, neste mesmo espaço. Até lá!

24/Julho/2019