OPINIÃO/CRUZEIRO: IMPRENSA, IMPARCIALIDADE, SENADORES
Escrito por ARCO em Janeiro 23, 2018
Imprensa, imparcialidade e Senadores
A imprensa em Odivelas, como no país, move-se ao sabor das ideologias, daquilo que sabem que pode ter mais visibilidade e do que querem defender. Há muito que os critérios da isenção, da imparcialidade e do interesse público não orientam muitas redações.
No nosso concelho, ainda assim, existem vários órgãos de comunicação social, ditos independentes. Contudo, bem refletido, muitos deles reproduzem aquilo em que os seus responsáveis acreditam. A ideia da noticia do bota abaixo, sem nada acrescentar, infelizmente, é comum num canal de comunicação em particular. Tudo o que possa ser usado, para criticar o executivo municipal é para ser usado, mesmo sem observar as regras básicas do jornalismo e, muitas vezes, dando espaço apenas a uma cor ideológica.
As diferenças políticas não podem levar-nos a aceitar todo o tipo de práticas contra aqueles de quem discordamos. O papel da imprensa é essencial para transmitir às pessoas todos os pontos de vista, não deixando conduzir-se pelos poderes económicos e políticos e nem por simpatias ou antipatias individuais e/ou ideológicas. Em suma, o espaço da notícia não pode ser o lugar da opinião.
Para ilustrar algumas dessas práticas menos corretas, basta pesquisar e ver quem empolou um incidente no Mosteiro de D. Dinis com uma coroa de flores. Para os mais distraídos, o incidente envolveu uma juventude partidária, que «força-se» a aparecer e os auto intitulados «Senadores de Odivelas».
Serão os novos donos cá do burgo?! Os senadores, pelo menos, já conseguiram a abertura do Mosteiro, apenas para eles e mais umas quantas figuras. Feito esse, que é quase impossível para o comum dos mortais.
Sobre esse «novo grupo» cívico e de supostos cidadãos independentes, que se preocupam com Odivelas, há tanto por dizer. Certamente, daqui a poucos anos, ninguém se espantará ao vê-los a concorrer em eleições autárquicas. Todos eles têm ambições nesse campo e alguns, até estão ligados a órgãos municipais. Outros já foram candidatos a cargos que não conseguiram obter.
É um pseudo senado, um pouco cheio de egos vaidosos. Já tentaram reforçar o seu protagonismo através da Confraria da Marmelada e/ou do MOC. Esse grupo, ao qual não se reconhece qualquer estatuto especial, segundo alguma imprensa, começa com pé trocado, por integrar membros de executivos e da Assembleia Municipal.
Em alguns casos, a tendência informativa, que não se pode dizer noticiosa, mas sim politica e de favorecimento individual a certas personagens da politica local, pauta-se pelas manchas que lança a outras figuras e pelo desprezo por outros atores políticos. Várias notas de imprensa que não são publicadas, ataques cerrados a algumas forças politicas que não entram nesse jogo, para fazerem prevalecer e engrandecer outras figuras que tudo fazem para ter tempo de antena.
Vale denegrir, mentir e omitir, mas, ao fim e ao cabo, a verdade vem sempre à superfície. Mais que não seja, aquela verdade em que queremos acreditar.
Luís Miguel Santos