OPINIÃO/CRUZEIRO: À PROCURA DA PERFEITA CRÓNICA
Escrito por ARCO em Maio 7, 2019
À procura da perfeita crónica
Sam the Kid, tem uma música chamada “ À procura da perfeita repetição” e eu ando á procura da perfeita crónica.
Lembrei-me desta música, em rigor do titulo, depois da letra, para que não sirva de justificação para a minha falta de ambição na escrita.
Manter estas crónicas alimentadas todas as semanas, não é fácil.
Para além do trabalho normal, social e partidário a agenda ainda estica para outra vertente e faz-se para que nada fique a perder.
Ter alguma qualidade literária é difícil. Escrevo diretamente o que penso, com poucos filtros.
São escritos popularuchos , para todas e todos os lerem e perceberem o que se passa por Odivelas.
É este o intuito desta crónica, informar, dar a conhecer. Não escrevo, para ganhar , algum prémio jornalístico ou literário. Se a continuidade desta crónica, vivesse dos comentários que tenho, há muito que tinha desistido.
Como diz o Sam,
“faz porque queres e sentes
Não porque deixes e tens
Aí, mentes para ti
há imensos aí…”
E hoje, em pleno 1 º de Maio, em que não fui celebrar esta grande conquista social, que trouxe melhores condições de trabalho, para muitas e muitos que não sabiam o que era a proteção social, o salário justo, horários estabelecidos, entre muitas outras garantias, das quais não podemos abrir mão.
Em Portugal, ainda há um longo caminho a trilhar. Ainda temos que muito batalhar, contra um dos grandes inimigos da humanização das relações laborais. O Lucro
Compreendo que o Lucro, é o que mexe e faz avançar uma parte da economia. Que a faz crescer. Mas não nos podemos focar neste único ponto.
O caminho que se trilha, hoje, de desigualdade, de fossos salariais inequivocamente pornográficos, entre os administradores e os trabalhadores, no patamar mais baixo da cadeia, não poderá continuar.
A produtividade aumenta, assim que o trabalhador se sente motivado, realizado, integrado, valorizado e remunerado condignamente.
Para que isto não aconteça, desvirtua-se a Lei Geral do trabalho.
Ameaça-se e segue-se com um sentimento de impunidade de quem sabe que nada vai acontecer.
E basta ver o caso de Cristina Tavares, a trabalhadora da Corticeira Fernando Couto – Cortiças S.A.
Podemos chegar ao Lucro e atingir objetivos, mas sem comprometer relações laborais mais humanas
Ainda assim, a precariedade existe.
A subcontratação é uma realidade.
E em Odivelas, que tanto de gabou de ter sido o primeiro município a regularizar os vínculos precários de alguns funcionários, é aquele, que ainda continua a preferir trabalhadores temporários e a alimentar a precariedade, com contratos de emprego inserção.
São tarefeiros para cumprir serviços menos agradáveis e de pouca complexidade. São CEI para dar face às constantes baixas e faltas prolongadas das e dos assistentes operacionais, espalhados pelos variados postos de trabalho deste concelho.
Todas e todos têm direito, ou deveriam de ter, a um emprego com direitos e garantias, em que utopicamente cada posto de trabalho permanente deveria de corresponder um contrato de trabalho efetivo…
Procurar a raiz destes problemas, para os resolver, não se tenta, perpetuam-se os movimentos e as constantes mudanças de trabalhadores da forma mais fácil.
Substituindo pessoas, como se de uma peça de qualquer máquina avariada se tratasse.
Rui Santos