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MORREU JOHN ROBERT LEWIS UM DOS HERÓIS DO MOVIMENTO PELOS DIREITOS CIVIS NOS EUA

Escrito por em Julho 19, 2020

JOHN ROBERT LEWIS 1940 – 2020 O Movimento  Freedom Riders 

Por Paulo António Monteiro

EUA 17 Julho 2020 – Na passado sexta-feira , morreu em Troy, Alabama nos EUA, aos 80 anos, vitima de cancro do pâncreas, John Robert Lewis, líder do movimento pelos direitos civis e políticos americanos, nascido a 21 Fevereiro de 1940 em Atlanta, no Estado da Geórgia nos EUA.

Lewis, foi membro da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos pelo 5 ° distrito congressional da Geórgia desde 1987, tinha sido presidente do Student Nonviolent Coordinating Committee (SNCC) e um dos “Seis Grandes” líderes do grupo que organizaram em 1963, a Marcha sobre Washington pelos direitos civis e políticos americanos contra o racismo.

Desempenhou muitas funções-chaves no Movimento dos Direitos Civis e nas ações para terminar com a segregação racial legalizada nos Estados Unidos. Membro do Partido Democrata, Lewis fez parte da liderança Democrata da Câmara dos Representantes dos EUA.

Enquanto estudante, foi convidado pelos pastores James Lawson e Rev. Kelly Miller Smith para participar em seminários de não-violência realizados na cave da Igreja Metodista Unida Memorial Clark. Tornou-se num dedicado seguidor da disciplina e da filosofia da não-violência, que praticou toda a sua vida.

O Movimento dos Viajantes da Liberdade

Em 1961, John Robert Lewis  foi um dos 13 Passageiros da Liberdade originais, constituído por um grupo de sete brancos e seis negros que estavam determinados a viajar de Washington, DC para Nova Orleães de forma integrada.

Naquela época, vários estados do Sul dos EUA, continuaram a fazer cumprir leis que proibiam passageiros negros e brancos de se sentarem uns ao lado dos outros nos transportes públicos.

O movimento Freedom Riders (Viagem da Liberdade) originado pela Irmandade de Reconciliação, por James Farmer e pelo Congresso de Igualdade Racial (CORE), foi criado para pressionar o governo federal a fazer cumprir a decisão do Supremo Tribunal no caso Boynton v. Virginia (1960) que, declarou a segregação racial dos autocarros interestaduais inconstitucional.

O movimento Freedom Rides, também expôs a passividade do governo em relação à violência contra os cidadãos do país que estavam simplesmente a agir de acordo com a lei.

O governo federal, confiou na polícia do Alabama, notoriamente racista, para proteger os Passageiros da Liberdade e não fez nada, exceto dar a ordem para os agentes do FBI fizerem anotações do que se passasse. O governo Kennedy então pediu um período de reflexão, com uma moratória das Viagens da Liberdade.

Em fevereiro de 2009, 48 anos depois de ter sido espancado numa estação da empresa de transportes Greyhound, durante um Freedom Ride, Lewis recebeu via televisão, um pedido formal de desculpas transmitido para todos os EUA, de Elwin Wilson, um branco ex membro do Ku Klux Klan Elwin.

Como presidente do SNCC Lewis foi em 1963, nomeado um dos “Seis líderes” que organizaram a Marcha em Washington, a ocasião do célebre discurso do Dr. Martin Luther King “Eu tenho um sonho”, junto com Whitney Young, A. Philip Randolph, James Farmer e Roy Wilkins; Lewis era o mais novo dos Big Six e também discursou na ocasião.

Numa entrevista quando Barack Obama foi eleito Presidente disse:

Se você me perguntar se a eleição … é a realização do sonho do Dr. King, digo: “Não, é apenas um adiantamento”. Ainda há muitas pessoas 50 anos depois, ainda há muitas pessoas que estão a ser deixadas de fora e deixadas para trás».