“A POESIA SAIU À RUA” HÁ 50 ANOS
Escrito por Paulo António Monteiro em Maio 14, 2018
O movimento dos estudantes franceses em Maio de 1968, teve início com manifestações que pediam reformas no setor da educação.
Uma série de conflitos entre os alunos e a direção da Universidade de Paris, em Nanterre, cidade próxima da capital francesa, fez com que no dia 2 de maio de 1968, a administração fechasse a Universidade e ameaçasse expulsar os estudantes acusados de liderar o movimento. As medidas provocaram a reação imediata dos universitários de uma das mais prestigiadas universidades do mundo, a Sorbonne, em Paris.
Uma união entre operários e estudantes provocou a maior greve geral da Europa, com a adesão cerca de 9 milhões de pessoas.
A repressão policial, violenta, transformou as ruas de Paris num cenário de batalha campal o que deu mais força ás contestações. O movimento fez tremer o governo do General De Gaule e levou à convocação de eleições. Esta solução e a promessa de aumentos salariais desmobilizaram estudantes e trabalhadores pondo fim à crise.
Na Sorbonne ocupada, milhares de estudantes discutiram os mais variados assuntos: a ocupação, sexualidade, educação, política, trabalho e os meios de comunicação entre outros.
Frases como “a poesia está na rua”, “o agressor não é aquele que se revolta, mas aquele que reprime”, “a insolência é a nova arma revolucionária” ou ” é proibido proibir”, entre muitas outras, inspiraram milhares de estudantes em todo mundo a tentar emular os protestos, as reivindicações dos seus colegas franceses e a desafiar as autoridades vigentes nos seus países.
No âmbito da evocação dos 50 anos do movimento de Maio de 1968, a Associação de Estudos Comunicação e Jornalismo, inaugura na 4ª feira , às 18 horas, no espaço «Atmosfera M» situado na Rua Castilho nº 5, Lisboa, uma nova exposição com o tema; “Maio de 1968 do poético ao político”.