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IV CONGRESSO DE ODIVELAS NA ROTA DO PATRIMÓNIO AZULEJAR

Escrito por em Novembro 21, 2019

IV Congresso de Odivelas 2019 Mosteiro São Dinis e São Bernardo

Está a decorrer na cidade de Odivelas, de 21 a 22 de Novembro, no Mosteiro de São Dinis e São Bernardo, IV Congresso de Odivelas, dedicado ao tema, Al – Zulaich Na Rota do Património Azulejar. Na Mensagem do Presidente do Congresso, Dr. Hugo Martins, Presidente da Câmara de Odivelas, afirmou que a autarquia sempre se orgulhou do seu passado, das suas raízes e do seu património e salienta ser um dos poucos concelhos de Portugal que conta um Rei sepultado.

No âmbito da valorização da sua história, “Odivelas confere uma valorização à temática do azulejo enquanto marca identitária da cultura portuguesa” declara o Presidente Hugo Martins.
Na conferencia de abertura, José Meco, investigador, afirmou que “o azulejo em Portugal está bem e recomenda-se”. A arte da azulejaria portuguesa tem sido divulgada e reconhecida por todo o mundo. O especialista, salientou como ponto negativo o Museu do Azulejo não ter orçamento próprio há vários anos, o que causa constrangimentos ao desenvolvimento do seu importante trabalho de investigação e restauro.

No painel 1, dedicado à História do azulejo em Portugal, moderado por Edgar Valles, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, tivemos a oportunidade de ouvir, Alexandre Pais, com uma apresentação sobre exemplos de núcleos de azulejos à vista mas não visíveis. O responsável do MNAZ falou entre outros, dos restauros da Igreja da Nª Sr.ª da Graça, Igreja Matriz de Setúbal, Claustro da Sé do Porto, Sé Velha de Coimbra, sendo que em alguns casos leva cerca de três anos a montar um conjunto de painéis.

Edgar Valles, num momento de boa disposição que contagiou o auditório repleto, chamou mesmo a esta atividade, “a arte do puzzle”.

De seguida, foi a vez de Rosário Salema de Carvalho, da rede de investigação em azulejo, dissertar sobre a importância da interação das obras azulejares com a arquitetura onde estão inseridas. A especialista defendeu que, as obras retiradas do seu espaço original não têm a mesma leitura, pelo que é muito importante restaurar tendo sempre em conta o local onde os azulejos foram colocados originalmente. Apresentou também o sistema complexo de referencia e indexação do azulejo, «Az Infinitum», em desenvolvimento e que permite identificar padrões similares.

Sem dúvida uma iniciativa muito interessante, onde os participantes podem aprender, debater e trocar experiências sobre a arte de preservação desse património cultural português ímpar.

O Congresso decorre até amanhã, onde terão lugar mais dois painéis de debate dedicados à «Salvaguarda do Azulejo» e «Investigação e Divulgação do Azulejo». De tarde realizam-se dois Workshops, um sobre o tema «Manufatura do Azulejo» que carece de inscrição previa, com limite máximo de 30 pessoas, orientado pelas formadoras Suzana Barros e Vera Teotónio Pereira, da Oficina do Castelo e outro sobre «Técnicas de Conservação Preventiva», liderado por Carolina Nunes da Silva do DGPC.

Vai também ser efetuada uma visita guiada ao património azulejar do mosteiro, liderada por, Anabela Arranja, Doutoranda da Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, que carece de inscrição previa e também é limitada a 30 participantes.

Está ainda previsto o lançamento da edição de 2019 da revista, Artis, uma publicação anual, do Instituto de História da Arte, da Faculdade de Letras, da Universidade de Lisboa.