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GALERIAS SÃO RAFAEL: UM LONGO CAMINHO PARA A LIBERDADE

Escrito por em Maio 28, 2021

Paulo António      Monteiro

Galerias São Rafael: um longo caminho para a Liberdade


 As Galerias São Rafael são uma galeria de arte que cruza o circuito da arte de Elite e de luxo com o circuito humanitarista, fomentando o intercâmbio e a consciência cultural. Com uma plataforma dedicada às artes plásticas, exposições virtuais, performances, espetáculos de teatro, podcasts, entre outros, procuram dar visibilidade a artistas emergentes.  Aliadas a esta preocupação, lançam este mês várias séries com especial enfoque em questões sociais, políticas e estéticas, reunindo um conjunto de artistas com os mais variados backgrounds culturais (Portugal, Chile, Espanha, Alemanha , Guiné-Bissau, França, Angola, Moçambique ou Índia).
Inauguram as séries “Micropolíticas visuais”, série de #finearts da artista Sílvia Raposo, “Information”, série de colagens do artista Rodolfo M. Costa, uma série de esculturas do escultor e muralista chileno Fabián Caro Román, bem como um conjunto de obras plásticas do artista Marco Gomes.  As Galerias recentemente criadas pelas empresárias e atrizes Mónica Kahlo e Sílvia Raposo colocam o seu foco na vertente filantrópica ao criarem o projeto Anjos da Arte que apoia crianças e jovens em comunidades de risco. 10% do valor de cada obra de arte disponível na plataforma reverte a favor do programa Afternoon Angels, da Associação Ikamva Labantu, uma medida preventiva que dá às crianças a oportunidade de concluir a escolaridade, progredir na educação e criar um futuro melhor. Um grupo de 56 mulheres na Cidade do Cabo uniu-se para fornecer cuidados pós-escolares a centenas de crianças, mantendo-as seguras e fora das ruas. As empresárias procuram desta forma reforçar a importância da arte enquanto vetor de investimento humano e papel do mecenato por parte das galerias, curadores e artistas.
 As Galerias trabalham maioritariamente no mercado português e espanhol (81%), seguindo-se dos Estados Unidos, Singapura, Reino Unido e Alemanha e os envios são gratuitos para todos os países.
Na série “micropolíticas visuais”, Sílvia Raposo trabalha o hibridismo através de uma estética frankenstein, ou seja, uma arte de enxertia e mestiçagens, de sobreposições ou intersecções entre diferentes culturas e estéticas artísticas, procurando por novas formas de soberania visuais e micropolíticas. Destacam-se as obras “A Long Walk To Freedom”, “A Fat World” ou “Make Love, Not War”, cujos temas vão desde a crítica ao trabalho infantil em África, Ásia e na América Latina por empresas como H&M, Nestlé,  Zara, entre outras; A discriminação devido à cor da pele ou orientação sexual, disfarçada de «crimes de paz» que promovem uma violência institucional; Ou a crítica ao Governo Humanitário e à partida de xadrez apocalíptica das super-potências.
Já na série “Information”, o artista Rodolfo M. Costa explora  o espírito Kunstmeile do Muro de Berlim (“the art mile”), cidade onde o artista trabalhou como carpinteiro, após a sua formação em escultura em Belas Artes, adquirindo competências na produção em madeira. A sua jornada resultou na exploração de novas abordagens, como a tatuagem, resina, desenho digital e edição, bem como na criação de uma série de 18 quadros selados em resina. Rodolfo captura fragmentos de uma vandalizada dimensão de fantasia e arrasta-os para a nossa realidade, explorando temas como o graffiti, informação, publicidade, multiculturalismo e consumismo. Destacam-se ainda a série de esculturas de Fábian Caro Román, importante escultor e muralista chileno, e as obras “Veludo”, “Savage” ou “22:05” do artista Marco Gomes, cujo trabalho se insere igualmente neste espírito de irreverência e urbano que caracteriza também o próprio espírito do artista, cujas obras visam questionar constantemente as regras estabelecidas e se situam próximas do abstracionismo.  Entre os artistas representados pelas galerias encontram-se Gulnar Sacoor, Luís Liberato, Jaime R. Ferreira, Abílio Marcos, João Freire, Leonor Trindade Sousa, Jose A. Faraco Macias e Sara Seabra.

No contexto inaugurativo, no início do próximo mês, as galerias vão ainda lançar o programa de rádio semanal “Macacos me mordam!”, em colaboração com a Radio A Bordo de Madrid, onde reúnem num espaço polifónico e multilingue uma seleção de artistas das mais variadas áreas de intervenção, permitindo escutar, perguntar, contestar e descobrir o melhor da vanguarda artística nacional e internacional.
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