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Dia Mundial do Cinema

Escrito por em Novembro 5, 2021

A 5 de Novembro celebra-se anualmente o Dia Mundial do Cinema

 

Paulo António Monteiro

5 Novembro 2021 – É geralmente aceite a data de 5 de Novembro de 1895, como o dia da primeira primeira sessão pública de cinema, realizada em França, na cidade de Paris. A sessão foi organizada pelos irmãos Auguste e Louis Lumière. Utilizaram para o efeito um aparelho chamado cinematógrafo.

Imagens em movimento de um comboio a chegar a uma estação foram projetadas para uma tela, numa sala com cerca de 30 espetadores. Curiosamente esta primeira sessão provocou pânico nos espectadores que, ao verem as imagens do comboio a entrar na estação, desataram a fugir da sala confundindo a realidade com a ficção.

Georges Mèliés, inseriu a performance teatral na linguagem cinematográfica, elevou o cinema a um novo patamar. Baseado na obra de Júlio Verne, criou o filme Viagem à Lua, exibido em 1902, onde utilizou pela primeira vez “efeitos especiais”..

Com o desenvolvimento de equipamentos e a evolução tecnológica, a arte de fazer cinema  aproximou-se do público de uma foram cada vez mais próxima da realidade.

Não há certeza absoluta se foram realmente os irmãos Lumière a inventar o cinema. É difícil dar uma data precisa e a certeza absoluta de quem inventou as máquinas que tornaram possível a realização de filmes.

Os irmãos de Lumiére, foram os primeiros a mostrar uma solução eficaz de captura e projeção de imagens. No entanto a equipa de inventores de Edison, já antes tinha forma de captar imagens e mostra-las com animação. Mas, não tinham ainda efeito do espetáculo de projeção pública. Cada espectador usufruía da experiência isolado dos restantes, através de uma caixa ligada à corrente elétrica, também uma novidade da época.

O nome “Cinematógrafo”, já tinha sido registado por León Bouly, que anos antes tinha desenvolvido experiências de captação de imagem com um aparelho que registou a patente e deu o nome de “Cinematograph”. Por dificuldades financeiras não conseguiu manter o pagamento dessa patente e ficou impossibilitado de garantir aos seus investidores a capacidade de desenvolver comercialmente o projeto, acabou por falir e vendeu os direitos do nome aos Lumière.

A vontade de captar e dar ilusão de movimento já vinha de longe. em 1823, com a invenção do francês Joseph Nicéphore Niépce, a fotografia, tornou isso possível.

Uma aposta de 25 mil dólares, em 1872, terá estado por trás da ideia da captação fotográfica para criar uma ilusão de movimento. O californiano Leland Stanford, político e magnata dos caminhos de ferro, tinha apostado com um amigo, durante uma corrida de cavalos, que os animais a galope tiravam as quatro patas do chão, ficando suspensos no ar. Com a rapidez com que o cavalo corria, o facto não era percetível ao olho humano. Por isso, foi contratado Eadweard Muybridge, um fotógrafo de São Francisco.

O fotógrafo alinhou 24 máquinas fotográficas e igual número de fios que, ao serem cortados à passagem do cavalo a galope, faziam disparar cada um dos aparelhos em sequência de forma muito rápida. O fotógrafo conseguiu assim provar que, um cavalo a correr tem um momento em que fica suspenso no ar.

No final do século XIX, sabia-se que a vida real podia ser captada em fragmentos fotográficos que, mostrados a uma certa velocidade, criavam uma ilusão de movimento ao olhar.

Em 1888, o fotógrafo montou o seu espetáculo em West Orange, New Jersey, onde conheceu Thomas Alva Edison. Em 1877, Edison com 30 anos, já tinha espantado o mundo com o fonógrafo. Dois anos depois, apresentou um sistema de iluminação elétrica que iluminava cidades inteiras. O fotógrafo inquietou-o com a ideia de juntar o som do fonógrafo às imagens em movimento..

Mas desde os primórdios do cinema há um enigma que se mantem, um caso de polícia que poderia ter alterado uns anos o início do cinema. Alguns historiadores, defendem que o verdadeiro inventor desta arte não foram nem Edison nem os irmãos Lumière, mas o francês, Louis Aimé Augustin Le Prince.

Nos fins do século XX, foram encontrados dois fragmentos de imagens que Le Prince, terá captado em 1888, dois pedaços de filme que ele registou. Então, coloca-se a questão: Porque se fala tão pouco de Le Prince como pioneiro do cinema?

Le Prince, demorou dois anos a desenvolver e a aperfeiçoar o seu processo de filmagem e projeção, já usava perfurações na fita para facilitar a estabilização da imagem. Em 1890, já com todos os testes feitos, apanhou o comboio em Dijon com destino a Paris, onde tinha marcado uma reunião com o secretário da Ópera de Paris, para lhe mostrar a invenção e tentar marcar exibições de demonstração da novidade. Mas, algo de estranho aconteceu, durante a viagem, Le Prince desapareceu sem deixar rasto.

Os relatórios da polícia, da época, referem que o inventor desapareceu a 16 de Setembro de 1890, na viagem de comboio entre Dijon e Paris. Nem Le Prince, nem o seu aparelho chegaram ao destino, tudo desapareceu misteriosamente. Tudo se passa precisamente quatro anos antes dos dois irmãos de Lumière anunciarem a exibição pública da chegada do comboio.

Como num verdadeiro filme de suspense toda a história da origem do cinema é repleta de mistério e enigmas e quem sabe a verdadeira razão do seu sucesso. A verdade é que continua a atrair multidões de espectadores, tanto ás salas de espetáculos como nas novas plataformas digitais dos “pequenos écrans”.

Paulo António Monteiro

Título Original: L’Arrivée d’un train en gare de La Ciotat Direção: Auguste Lumière, Louis Lumière Ano de Lançamento: 1895 Género: Documentário-Curta Idioma: Mudo

 

 


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