COMISSÃO DE UTENTES AFIRMA QUE LAY-OFF DA RODOVIÁRIA COLOCA EM PERIGO SAÚDE DOS UTENTES
Escrito por Paulo António Monteiro em Abril 19, 2020
A comissão de utentes afirma em comunicado que o lay-off da rodoviária de lisboa coloca em perigo a saúde dos utentes e revindica a reposição dos níveis de serviço e segurança do transporte de passageiros.
Pode consultar aqui o comunicado enviado à nossa redação:
«A partir de dia 15 de Abril a Rodoviária de Lisboa entrou em lay-off parcial, reduzindo as carreiras e os horários aos serviços mínimos e encurtando ou suprimindo trajetos.
No atual contexto de combate à pandemia causada pelo Covid 19, há milhares de trabalhadores que diariamente continuam a ter de sair de suas casas para assegurar serviços essenciais nas mais diversas áreas, serviços e infraestruturas essenciais de apoio à comunidade. Muitos destes deslocam-se, nos transportes públicos por necessidade, não tendo alternativa individual de transporte.
Estas alterações têm como efeito uma dificuldade acrescida para estes trabalhadores, obrigando a deslocações mais demoradas, mais tempos de espera e mais transbordos e, com o previsível aumento de passageiros na reduzida oferta disponível, mais risco para quem tem no serviço público de transporte a sua única possibilidade de deslocação.
Os novos horários e trajetos em muitos casos aumentam os intervalos entre carreiras para uma hora, chegando mesmo às duas horas como no caso da carreira que faz a ligação à sede do concelho e ao Hospital Beatriz Ângelo. As carreiras provenientes de Camarate e Unhos, com destino a Lisboa Oriente e ao Campo Grande, têm o mesmo grau de supressão e, sobretudo a partir das 20h00, a oferta é quase inexistente. A população de Camarate, Unhos e Apelação fica assim com graves dificuldades de circulação para os seus locais de trabalho, dificultando ainda mais as condições em que muitos vivem e trabalham.
Não se entende ainda como existe este incumprimento do serviço público contratualizado, já que, apesar da diminuição da procura, as entidades públicas não só continuaram a cumprir com as suas obrigações financeiras para com a Rodoviária, como inclusivamente adiantaram as verbas a pagar e não tiveram essa diminuição em conta.
A Comissão de Utentes de Serviços Públicos de Camarate, Unhos e Apelação entende que estas alterações devem ser revistas com a maior brevidade possível, e, caso a empresa insista em manter este insuficiente serviço às populações, o governo deve utilizar as prerrogativas legais ao seu dispor para assegurar a prestação deste serviço essencial às populações, respeitando o seu direito à mobilidade com segurança.
A Comissão de Utentes de Serviços Públicos de Camarate, Unhos e Apelação informa ainda que fez chegar esta posição ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação, à Área Metropolitana de Lisboa e que deu conhecimento desta à Câmara Municipal de Loures».