Cruzeiro

De Odivelas para o Mundo

Faixa Atual

Título

Artista


COLÓQUIO MAIO DE 68: DO POÉTICO AO POLÍTICO HOJE ÁS 17:30

Escrito por em Maio 24, 2018

Exemplar do jornal Action publicado em Maio 68

Na sequencia da exposição evocativa de Maio de 1968, a Associação de Estudos Comunicação e Jornalismo, realiza hoje, no Espaço M, na Fundação Montepio, pelas 18:00 um colóquio dedicado ao movimento

O colóquio conta com o painel constituído por Maria Antónia Palla (jornalista), Helena Cabeçadas antropóloga) , João Freire (professor catedrático jubilado)  e será moderado por António Borga (jornalista).

Está prevista uma visita à exposição guiada pelo Professor José Rebelo, meia hora antes do debate. Os interessados devem estar no Espaço M, na Rua Castilho número 5, pelas 17:30.

Ouça a explicação do Presidente AECJ sobre a importância do movimento de Maio 68:

 

“A exposição Maio de 68: do poético ao político, patente no espaço Atmosfera M, restitui-nos documentos pessoais deixados à guarda do Comité Révolutionnaire d´Agitation Culturelle, instalado na Sorbonne, por parte de quem julgou ter chegado o momento de desafiar o interdito (poemas de gente anónima, recibos de doações para trabalhadores em greve como o de Marguerite Duras). Restitui-nos a utopia que encheu paredes (slogans e cartazes, nomeadamente os produzidos no atelier popular da Escola de Belas Artes).

Restitui-nos o traço jocoso e, por vezes, displicente de cartoonistas como Wolinski, que viria a morrer em Janeiro de 2015 no ataque terrorista a jornal Charlie Hebdo, aos quais nada escapa. Nem o nariz de De Gaulle. Nem a “croix de Loraine” Nem, tão pouco, a bandeira tricolor. Restitui-nos a violência das cargas policiais e a destruição nas ruas através de fotografias e de capas de jornais que atapetaram as bancas, se venderam por comités criados para o efeito, ou se distribuíram gratuitamente: Action, autêntico porta-voz do movimento estudantil e L´enragé, talvez a mais audaz de todas as publicações então existentes; Rouge e Lutte Ouvriére, de inspiração trotskista; La Cause du Peuple e Ligne Rouge, que se reclamam do maioismo; Le Monde Libertaire, L´Insurgé e Action Directe, anarquistas.

No espaço expositivo do Atmosfera M os visitantantes podem ver ainda fragmentos de dois filmes; Mai 68, un étrange printemps, que tem a particularidade de não circular no circuito comercial por falta de apoios e que ao longo de três horas nos dá testemunhos indispensáveis para uma compreensão da história contemporânea. O outro filme, Mai 68, il y a 25 ans, relata a história que começa em 22 de Março, quando os estudantes se manifestam na Universidade de Naterre e termina em Junho, quando os operários decidem, pelo voto, regressar ao trabalho.

Estão também disponíveis gravações áudio contendo, em particular, excertos do célebre debate com Jean Paul Sartre, no Grande Anfiteatro da Sorbonne, e uma intervenção  de Herbert Marcuse comparando a situação política e social em França e nos Estados Unidos da América.

A exposição encerra com reproduções de algumas primeiras páginas dos jornais portugueses Diário de Lisboa e Diário de notícias”

Uma exposição a não perder, pode ser visitada gratuitamente até 8 de Junho, de segunda a sexta feira, das 9 ás 19:00 horas e aos fins de semana das 9 ás 17.00 horas.